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A BATALHA DIVINA - Capítulo XXVI: O Início da Maldade







Amandriel revela para Xena que a jaula de Lúcifer está aberta e sua vinda já está próxima:

- A jaula já foi aberta... E a besta infernal já está vindo...!

Neste momento, Xena franze uma sobrancelha e se refere ao jovem serafim dizendo:

- E a batalha final está se aproximando...?!

- Sim Xena! Se tu já achas tais demônios poderosos e maléficos, imagine com Lúcifer solto no mundo.

- Eu já enfrentei e derrotei Lúcifer uma vez Amandriel. Posso muito bem derrotá-lo novamente.

- Cuidado Xena. Lúcifer está bem mais poderoso. Todos nós devemos estar atentos.

- Ele já está na terra...?

- Ainda não, mas em verdade vos digo que no mesmo instante em que o rei das trevas se fizer presente em solo vivente, todos nós sentiremos uma onda de pavor e medo pairar sobre a terra.

Finalmente, Amandriel permite André tomar posse de seu corpo:

Amandriel então fecha os olhos seus e após alguns segundos, o garoto abre os olhos seus e com pesar em suas falas, agora já como André, o mesmo reverbera:

- O que aconteceu...? Onde eu estou...?

Xena então fixa os olhos seus em André e o indaga dizendo:

- Você está em Potedeia. Na casa de Lila. Lembra de nós?

Com certo brilho nos olhos seus, André se refere à Xena com outra indagação dizendo:

- Como esquecer de tua face Xena...? Existe algum modo...?

A princesa guerreira então franze uma sobrancelha e volta a fixar os olhos seus em Gabrielle onde percebe a poetisa guerreira franzir uma sobrancelha com os lábios seus travados e ainda sente que a mesma suspira pesadamente com os olhos seus fixos no jovem André.

Em seu quarto, Sarah clama pela presença de Amandriel por saudades do jovem serafim:

Sarah então continua a chorar em silêncio aos soluços abafados para ninguém notar o seu sofrimento e então a mesma conversa consigo mesma dizendo:

- “Eu sinto a sua falta Amandriel. Não percebe que eu te amo e a minha vida não faz sentido algum sem a tua presença...”?

Subitamente, uma forte luz assoma dentro da alcova de Sarah fazendo ofuscar a visão da mesma e então uma silhueta masculina permeada em uma luz muito intensa passa a tomar forma diante de Sarah.

André então caminha até o lago e chagando lá, Xena o chama para conversar:

Xena então repousa a sua destra no ombro esquerdo de André e se refere ao mesmo dizendo:

- André... Nós precisamos conversar.






Agora:






- André... Nós precisamos conversar.

- Tudo bem Xena. Qual o assunto?

- Você; André!

- Como assim?

- André; eu preciso ir direto ao ponto e você sabe bem o que eu quero dizer.

André então abaixa a cabeça onde pensamentos passam e repassam sobre sua mente melancólica e então; Xena continua dizendo:

- André; olhe para mim e preste muita atenção no que eu tenho para lhe dizer.

André então levanta a cabeça e fixa os olhos seus na guerreira de longos cabelos negros que parecem até estar sendo levados pela viração eólica que se faz assomar e então a princesa guerreira continua referindo-se a André com pesar nos olhos seus dizendo:

- André, você não tem a mínima chance comigo. Eu sei que não é fácil para você ter que escutar isso, mas você precisa me esquecer, pois eu já encontrei a minha alma gêmea e eu a amarei até mesmo depois da morte. O amor que eu sinto por Gabrielle é puro e verdadeiro e eu acredito que no momento certo, você também encontrará a sua alma gêmea, mas como pode perceber, não sou eu! Você é jovem; você tem apenas quinze anos de idade... Tem uma vida inteira pela frente e eu já encontrei o meu caminho e esse caminho é ao lado de Gabrielle, eu já sou mãe e o mundo depende não só de mim, mas de você também. Seu destino é grandioso André.

- Mas Xena; acha mesmo que conseguirei viver sem ti? Minha vida era desregrada e desmotivada até conhecer você. Você me deu vida. Nunca pensei que estaria eu proferindo tal sentimento, mas ainda assim... Eu não quero que deixe o anjo doirado, ora, pois, vocês duas precisam permanecer juntas. Agora que eu compreendo o meu destino como a casca humana de Amandriel, eu sei disso.

Xena então suspira lentamente com pesar nos olhos seus e se refere a André dizendo:

- Então o que será agora?

- Agora; as marcas do desespero transgridem em berço descontente de pura agonia solitária e obscura. Enquanto as lágrimas me afogam tetricamente por dentro de minh’ alma, eu apenas expando-lhe aos teus pés dizendo: “eu estou bem, estou eu apenas cansado”. Que loucura meu Deus, pobre tolo insensato eu sou... Porque um anjo tão lindo iria sagrar e me amar...? Sou mesmo um monstro; um ser inamável.

- Não pense assim André! Como eu lhe disse; você tem uma vida inteira pela frente. O que você sente por mim agora irá passar, acredite. Não será para sempre.

- Vida...? Que vida se nem ao menos eu posso morrer agora que a morte fora selada para as almas viventes...? Eu necessito da morte para me dar vida.

Mentre fala; grossas lágrimas melancólicas resvalam sobre as alvas faces do jovem André e eis que Xena lhe diz:

- André; você não deveria pensar dessa forma, pois você é uma prova viva que a morte não é a solução para problema algum. Não compreendeu nada dos meus conselhos? Como eu disse; eu sei que dói muito saber que a pessoa amada não sente o mesmo por você, mas ás vezes a vida nos prega peças e cabe a nós mesmos levantar a cabeça e seguir em frente. Xena então suspira levemente ainda com pesar nos olhos seus, volta a repousar a sua destra no ombro esquerdo do jovem André e continua dizendo:

- Você também deveria saber sobre isso, pois...!

Antes mesmo de completar a sua frase, subitamente, o jovem André repousa a sua destra no dorso esquerdo da face de Xena e eis que em meio ás lágrimas, o mesmo repousa os lábios seus sobre os lábios da princesa guerreira pregando-lhe um leve beijo.

Neste momento, Xena recua o seu corpo para trás rapidamente, repousa a sua destra sobre o peito de André e com força, a princesa guerreira empurra e lança o mesmo fazendo-o resvalar no chão, Xena então abre bem os olhos seus, se levanta ao mesmo tempo em que toma posse de sua espada, afasta as pernas para se equilibrar e então, a princesa guerreira aponta o gume de sua espada na direção de André e com firmeza na voz, Xena lhe indaga dizendo:

- Estou percebendo que você não tem amor algum a vida. Você é suicida...?

- Xena... Eu posso expli...!

Antes de conseguir terminar a frase, Xena interrompe André e lhe refere dizendo:

- Eu não quero suas explicações, apenas saiba que você acaba de comprar a sua passagem direta para Tártaros.

- Xena... Desculpe-me, eu...!

A princesa guerreira então começa a caminhar na direção contrária de André caminhando de volta para casa de Lila e enquanto caminha, a princesa guerreira fala consigo mesma dizendo:

- Agora eu entendo porque André é a casca humana de Amandriel. Oh moleque sem vergonha.

Sozinho, André devaneia em seus pensamentos diante do lago onde o mesmo repousa os seus cotovelos por cima de seus joelhos repousando assim as suas mãos em sua cabeça.


Enquanto isso no quarto de Sarah:


Subitamente, uma forte luz assoma dentro da alcova de Sarah fazendo ofuscar a visão da mesma e então uma silhueta masculina permeada em uma luz muito intensa passa a tomar forma diante de Sarah.

A pouco e pouco a silhueta masculina ganha forma até que finalmente, a mesma toma a sua forma por completo revelando a sua verdadeira identidade.

Uma forma branca começa a tomar a sua verdadeira forma... Uma silhueta masculina de pura luz da mesma altura de Xena trajando uma armadura branca com detalhes dourados por envolto. Por baixo de sua armadura, uma vestimenta branca que resvala sobre o seu corpo, usando botas que permeiam até a metade de suas pernas, seus cabelos bem lisos são longos e negros e resvalam em comprimento até o meio de suas costas. Em suas costas haviam três pares de asas brancas fazendo-o conter seis asas ao todo onde um par de asas se dobra verticalmente ficando ao lado de suas faces para cobrir os olhos seus na presença de Deus e a sua espada, é forjada em fogo santo. Esta forma branca de pura luz é Amandriel que em sua santidade, assoma diante de Sarah dentro de sua alcova. Os lábios seus não se movem, mas a sua voz sai de dentro d’Ele dizendo:

- Sarah, nós precisamos conversar!

Com certo brilho intenso nos olhos seus, perplexa e ao mesmo tempo confusa, a jovem mulher de cabelos longos e doirados indaga o anjo sem compreender dizendo:

- Quem é você? O que quer em meu quarto?

- Não me reconheces Sarah?

- Eu tenho minha desconfiança, mas será mesmo que é verdade ou minha mente apenas me prega peças em nome do amor...?

- Diga-me quem sou minha criança. Pergunte ao teu coração e ele vos dirá a resposta.

- Você é Amandriel...? Sim, pois eu clamei o teu nome.

- Em verdade vos digo que eu me chamo Amandriel e eu sou um serafim de Deus; ele me ordenou para que eu viesse aqui, pois precisamos conversar Sarah.

- O que quer de mim...?

- Você precisa saber e compreender alguns fatos sobre mim e sobre André; a minha casca humana.

- Então essa é a sua verdadeira face angelical?

- Sim.

Ainda confusa, Sarah o indaga dizendo:

- Mas... Você mesmo não nos disse que você precisa de uma casca humana para caminhar sobre a terra, pois nós não suportaríamos a sua luz divina?

- Sim, mas Deus permitiu que eu vos mostrasse minha verdadeira face para tu conhecerdes quem eu sou em veracidade.

- Mas então me diga o motivo pelo qual você deseja conversar comigo. O que está acontecendo Amandriel?

- Como eu vos disse; tu precisas conhecer quem é André e quem é Amandriel.

- Mas como fará isso...?

- Sarah; André veio de um futuro muito distante deste século. Uma época em que o ser humano se tornou mais cruel, criaram armas bem mais letais, as guerras e a fome apenas se alastrou e o caos reina entre eles mesmos. André é um garoto que sofre de um mal chamado depressão. Um garoto sem amigos na terra, o coração de André é carente de amor materno, pois a tua mãe nunca soube de seu sofrimento. O coração e a alma deste jovem é tão puro que o mesmo sofre sozinho, ora pois, em verdade vos digo que o mesmo nunca revela o que está sentindo para não fazer empalidecer a face em tristezas alheias de outrem ou até mesmo para não fazer enaltecer preocupações por ele próprio. Em meio a tanto sofrimento, onde corações cheios de maldade o ignoram, o humilham e até mesmo o agridem pelo labirinto das ruas, André orou para que Deus o tirasse de tanto sofrimento e fizesse-lhe dormir eternamente, porém... O meu pai lhe concebeu a benção de ser a minha casca humana, ora pois, em veraz vos digo que mesmo antes de nascer, Deus já havia decretado o teu destino. Eu recebi a missão de proteger Xena sendo o teu anjo da guarda no dia em que meu pai me criou com o teu poder divino e desde então, eu venho protegendo a nobre guerreira sem ela saber, mas com a chegada do apocalipse, Deus me ordenou para que eu descesse até os confins da escuridão dos mortos e devolvesse a vida à Xena para que a mesma pudesse lutar pela humanidade e assim estamos fazendo. André se apaixonou perdidamente por Xena – logo, a mesma foi e ainda está sendo o teu primeiro amor, ora pois, Xena e Gabrielle foram as suas primeiras e únicas amigas de verdade. Sarah; como tu bem sabes, eu me chamo Amandriel e eu sou um serafim de Deus, fiz-me presente aqui apenas com uma missão e irei cumpri-la com todas as minhas forças e se for preciso morrerei por esta causa, pois em verdade vos digo que eu sou um guerreiro de Deus. Eis que vos pergunto; o que tu viste em mim para enaltecer um amor tão proibido...?

Com lágrimas alheias nos olhos seus, Sarah se refere à Amandriel dizendo:

- Eu contemplei vida em você Amandriel. Desde que eu própria fui seqüestrada por Ghurkan e aconteceram todas aquelas atrocidades, eu passei a ter nojo do ser humano e até de mim mesma por de certa forma permitir que aquilo acontecesse comigo. Sinto-me culpada pela morte de meu pai e de meus avós, mas desde o primeiro momento em que eu pus os meus olhos em você, o meu coração se encheu de paz e algo que eu nunca havia sentido antes me tomou por completa e hoje, a cada segundo que eu passo sem você do meu lado, é como se eu morresse aos poucos. Uma morte lenta e agonizante. Me falta o ar para respirar e eu perco o motivo para viver, pois você é a minha vida Amandriel. Não vê que eu sofro por você e a minha alma está triste e vazia? Não vê que as lágrimas me queimam por dentro e me fazem desejar morrer a cada segundo...? Não percebe que eu te amo e não suporto mais ficar sem o teu amor...?

Calmamente, porém... Firme em suas palavras, Amandriel indaga Sarah dizendo:

- O que faria para obter o meu amor...?

- Eu morreria mil vezes ou viveria um milhão de vezes por você, pois você é o motivo pelo qual eu permaneço viva.

- Se eu estivesse em leito tétrico de morte, tu me salvarias se pudesse...?

- Faria de tudo para te salvar e se eu não conseguisse, tenha certeza que eu morreria de tristeza, saudade ou me mataria, pois eu não suportaria o amargor que a minha alma sentiria.

Amandriel então suspira profundamente e lhe refere dizendo:

- Em verdade vos peço para que tu não esqueças de tuas próprias palavras proferidas pelos lábios teus, ora pois, o nostro destino dependerá d’elas.

- Como assim Amandriel...?

Neste exato momento, Sarah e o jovem serafim escutam o soar de mais uma trombeta e então, Sarah indaga Amandriel dizendo:

- O que é isso Amandriel?

- São as escrituras de Deus sendo cumpridas Sarah, pois elas são claras quando dizem: “E o terceiro anjo tocou a sua trombeta, e caiu do céu uma grande estrela ardendo como uma tocha, e caiu sobre a terça parte dos rios, e sobre as fontes das águas”.

- Então está vindo a terceira praga do apocalipse?

- Exatamente. Conversaremos em outro momento, pois preciso retornar, mas não esqueça o que vos disse.

- Espere Amandriel...!

Neste exato momento, o jovem serafim se desmaterializa deixando Sarah por mais uma vez sozinha em sua alcova e então a mesma pergunta a si própria dizendo:

- “O que ele quis dizer com isso? Como assim o nostro futuro dependerá de minhas palavras”?

Mentre isso, o mundo ainda sofre com as conseqüências da segunda trombeta, mas eis que subitamente, ao soar da terceira trombeta, as pedras então não resvalam mais sobre a terra e sim, estrelas ardendo em fogo passam a cruzar os céus e resvalar nos rios e sobre as fontes das águas secando terça parte das águas do planeta.



Enquanto isso na casa de Lila:



Finalmente, Xena se faz presente na casa de Lila e contemplando a imagem de sua amada Gabrielle parada como uma estátua lívida a luz do sol com o seu belo corpo recostado sobre o pilar direito da varando da casa de sua irmã, a princesa guerreira empalidece a sua face em tristeza e pesar, pois a mesma lembra do ocorrido em momentos de outrora quando um jovem garoto de apenas quinze anos de idade lhe roubou um beijo e então a mesma precisa revelar os acontecimentos para a poetisa guerreira que lhe espera com impaciência nos olhos seus.

Gabrielle então fixa os olhos seus em sua amada Xena e com certa impaciência e alegria, a mesma se refere à Xena dizendo:

- E então... Conseguiu conversar com André...?

Xena então abaixa a cabeça por alguns segundos, levanta a cabeça em seguida, repousa as suas mãos sobre a sua bela cintura e lhe responde dizendo:

- Gabrielle eu... Consegui conversar com ele sim...!

- Mas então... Como foi a conversa?

- Eu preciso te contar algo.

- Pode me contar. O que aconteceu?

- Gabrielle, eu preciso que você preste bastante atenção no que eu irei te dizer, tudo bem?

Gabrielle franze uma sobrancelha e se refere à Xena dizendo:

- Xena, você está me assustando...!

A princesa guerreira então segura mimosamente a sua amada poetisa guerreira pelo braço esquerdo e lhe refere dizendo:

- Gabrielle, eu conversei com André sim, tentei ser gentil, mas fui direta ao ponto com ele. Disse-lhe que ele é jovem e que encontrará a sua alma gêmea, mas eu já havia encontrado o meu caminho e que o meu caminho é você Gabrielle, mas...!

- Mas o quê...?

- Bem...!

Com pesar nos olhos seus, Xena revela finalmente à Gabrielle dizendo:

- Ele me roubou um beijo sem eu esperar...!

Com fúria nos olhos seus e suas faces coradas de ódio, a pequena rainha amazona então reverbera em alto e bom som dizendo:

- ELE É LOUCO? Provavelmente ele deseja morrer mesmo.

Perplexa, Xena entreabre a boca ao mesmo tempo em que anuncia um muxoxo com os lábios seus e se refere à Gabrielle dizendo:

- Gabrielle, se acalma.

- Me acalmar? Sério Xena...? Eu irei matá-lo, eu irei beber o sangue dele e comer o fígado daquele moleque sem vergonha. Quem ele pensa que é para...!

Antes que pudesse completar a sua frase, Xena então reverbera para a sua amada Gabrielle dizendo:

- Gabrielle, ele é apenas um garoto. Ele agiu por impulso. Ele está tomado por uma paixão. Eu não queria admitir isso, mas eu estou sendo o seu primeiro amor e você compreende perfeitamente que essa dor é difícil de suportá-la. Nós precisamos ter paciência e calma com ele e eu já o repreendi. Acha mesmo que eu gostei...?

- Eu sei que não, pois eu confio piamente em você Xena, mas é difícil saber de algo assim.

- Eu sei Gaby, mas se há alguém que você deva ficar com raiva, esse alguém sou eu e não André e você sabe por que.

- Eu sei Xena... Perdoe-me.

- Não Gaby, eu que lhe peço perdão por tudo.

Gabrielle se refere à Xena dizendo:

- Onde André está agora?

- Ele ficou no lago, mas não podemos deixá-lo sozinho por muito tempo.

- Eu irei buscá-lo. Estamos enfrentando a terceira praga do apocalipse, não sabemos qual será a próxima e nós somos as responsáveis pela casca humana de Amandriel.

- Exatamente. Mas Gabrielle...?

- Sim Xena...?!

- Apenas traga-o de volta, entendeu?

- Claro, a raiva me tomou no momento em que eu soube.

- É por isso que eu te admiro tanto minha Gaby.

Gabrielle então sorri calidamente para Xena e começa a caminhar na direção do lago. Chegando no local, a poetisa guerreira então contempla o jovem André sentado sobre uma pedra segurando firmemente uma lâmina com a sua destra, e então Gabrielle contempla ainda mais a cena, pois a mesma consegue entrever por trás de André a manga de seu sobretudo levantada até o seu cotovelo e então; o melancólico garoto passa a talhar o seu próprio braço esquerdo deixando a nódoa escarlate fluir de seu braço ferido.

Perplexa por contemplar a mesma cena de outrora por mais uma vez, Gabrielle então repousa a sua destra sobre os lábios seus e sussurra para si mesma dizendo:

- “Pelos deuses...”!

Gabrielle então avança rapidamente até André, toma-lhe a lâmina de sua mão e se refere ao mesmo dizendo:

- Você voltou a fazer isso...? Porque você não segue os meus conselhos e os de Xena? André, a morte não é a solução para problema algum. Você precisa se acalmar e enfrentar os seus problemas de frente. Eu aprendi isso com a Xena e a minha vida está muito melhor assim.

Grossas lágrimas como pesadas lágrimas de chuva resvalam dos olhos melancólicos e já rubros de André e então o mesmo se refere á Gabrielle dizendo:

- Perdoe-me Gabrielle, mas em vida; apenas conheci a poesia, como poeta eu vivi e como poeta irei morrer um dia. Vê...? Tudo isso é belo; o crédulo em Deus, numa força divina, o barulho das ondas do mar, os arvoredos da terra, as plantazinhas que nascem divinas em plenos campos floridos, o amor de uma mãe com o teu filho, a bela sinfonia de uma canção que o faz perder o alento por alguns singelos e doces momentos, o beijo da pessoa amada, um abraço apertado e carinhoso, tudo isso é belo sim... Em vida; eu sofri muito, errei muito, mas tentei recompensar ajudando a todos... Todos que precisaram de mim. Peço-lhes perdão pelos erros por mim cometidos, peço-lhes perdão pela minha poesia não agradar a todos. Que loucura meu Deus; pobre tolo insensato que sou. Eu sou apenas um douto poeta que vivi de amor e crença, de poesia e de esperança. Peço perdão ao meu pai e minha mãe por não ser um filho tão bom, aos meus amigos que nem tive por não ter sido tão presente ou não ter ajudado tanto quanto precisava. Peço perdão a minha musa inspiradora de um dia por não ter sido um amante adequado, não ter a amado mais como deveria, peço-lhes perdão pelos erros meus. Mas sabei-lo; a minh’ alma nunca deixou de amar, nunca deixou perder a esperança, nunca se apagou o fogo de avidez pela vida. Um dia; a donzela de preto irá me dar o beijo do descanso eterno. Não chorem por mim, pois eu não mereço vossas belas lágrimas, por favor... Alegrem-se! Alegrem-se! Vivam intensamente! Sejam livres e apenas lembrem-se de minh’ alma de poeta.

Em lágrimas alheias nos olhos seus, Gabrielle abraça calidamente o jovem André e lhe refere dizendo:

- André pare com isso. Você não morrerá hoje. Quem nós somos para você então? Meras estranhas? Nós somos suas amigas, a sua família, não percebe isso...?

Neste momento, o soar de mais uma trombeta é escutado muito mais forte e aguda e um silêncio ensurdecedor paira por todo o local e então tudo começa a escurecer. Subitamente, o sol escurece e a pouco e pouco se torna noite misteriosamente. As estrelas perdem o seu brilho remanescente, o sol perde a terça parte de sua luz e até mesmo a lua perde também a terça parte de sua claridade e então a escuridão da noite se faz presente quando deveria ser dia.

Gabrielle então indaga André dizendo:

- O que está acontecendo André? Sabe que praga apocalíptica é essa?

Perplexo, André fixa os olhos seus para os céus e reverbera:

- “E o quarto anjo tocou a sua trombeta, e foi ferida a terça parte do sol, e a terça parte da lua, e a terça parte das estrelas; para que a terça parte deles se escurecesse, e a terça parte do dia não brilhasse, e semelhantemente à noite”.

- O que isso quer dizer André?

- A terça parte do dia se tornará noite e até a própria noite se escurecerá ainda mais, ora pois, em verdade vos digo que a própria lua perderá a terça parte de seu brilho.

Subitamente, Gabrielle pisca os olhos seus por três vezes e na terceira vez, a mesma fecha os olhos seus e repousa a sua destra no dorso de sua têmpora direita e então a poetisa guerreira passa a escutar misteriosamente tétricas vozes em sua mente dizendo:

- “Gabrielle, André beijou Xena. Você precisa defender a honra de sua amada. Ensine a esse moleque que não se deve manchar a reputação de uma guerreira, que não se deve brincar com mulheres comprometidas”.

André então fixa os olhos seus em Gabrielle e lhe indaga dizendo:

- Você está bem Gabrielle...?

A rainha amazona então continua escutando as vozes que macabramente dizem:

- “Vamos Gabrielle, libere toda a sua raiva. Ensine uma bela lição a André. Você precisa matá-lo. Sim, você precisa matá-lo. Isso o ensinará a não mexer com a sua Xena. Você precisa defender a sua honra. Ele a beijou. Sim, ele a beijou. Ele lhe roubou um beijo”.

Neste momento, André se levanta da pedra, repousa a sua destra no braço direito de Gabrielle e indaga a rainha amazona por mais uma vez dizendo:

- Gabrielle, por favor fale comigo. Você está bem?

Tomada pelo ódio, a poetisa guerreira então envolve o seu braço direito por envolto do braço direito de André fazendo-o virar ao contrário e então; André se refere à Gabrielle dizendo:

- Gabrielle,o que você está fazendo? Isso dói, você irá quebrar o meu braço.

Gabrielle então aplica um soco de mão aberta atingindo perfeitamente o peito de André fazendo-o resvalar no chão. Confuso e perplexo com a misteriosa atitude de Gabrielle, o jovem André então indaga a poetisa guerreira aos soluços agonizantes pela falta de ar e pela dor do golpe dizendo:

- Gabrielle, o que você está fazendo...?






Continua no próximo capítulo.





Olá a todos, tudo bem com vocês? Espero eu de coração que sim.

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Bem... Finalmente, Amandriel conversou com Sarah revelando sua verdadeira face angelical para a mesma revelando-lhe também quem é André, a sua casca humana, mas qual será a gravidade desta nova praga apocalíptica? E o que aconteceu com Gabrielle ao escutar as vozes misteriosas?

Isso, vocês só saberão no próximo capítulo. Um forte abraço e um beijo a todos os leitores(as).








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