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A PRINCESA E A RAINHA



DECLARAÇÃO

Esta fanfiction foi feita apenas como mero entretenimento, não querendo ferir direitos autorais. As personagens, Xena e Gabrielle, são marcas registradas da MCA/Universal e Renaissance Pictures, Studios USA. Elas são usadas aqui, sem intenção de infringir as leis de copyright.

Autora: Alba Diniz
Agradecimento especial: Flávia C. Silva





CAPÍTULO 1

Logo nos primeiros raios da manhã, quando a névoa orvalhada ainda cobria as pastagens verdejantes e os animais acordavam junto com dia, Xena e Gabrielle já despertavam e se punham a arrumar seus pertences e assim que terminassem o desjejum prosseguiriam viagem com destino à tribo das amazonas do leste. Porém esse pequeno afazer doméstico quase sempre era precedido por uma pequena discussão em torno da divisão de tarefas matinais.

- Xena… seria pedir muito pelo menos você ir buscar água?

- Ah Gabrielle, usa a água do odre, você não vai precisar de tanta água assim. – Xena resmungou sonolenta, enquanto dobrava sua manta.

- Ah não, assim não dá, um simples servicinho desse e você não quer ajudar. – Disse Gabrielle, com uma das mãos na cintura e a outra segurando a manta ainda por dobrar. – Eu lavo as nossas roupas, cozinho, lavo a louça e faço tudo sozinha. – Contava nos dedos os afazeres.

- Ah é?! E quem é que caça, pesca, pega lenha, faz a fogueira…, hein?

- Isso não justifica vo… – Suas palavras foram interrompidas por um sinal de Xena.

- Pssssss. – com o dedo junto aos lábios, Xena se agacha e faz sinal para que Gabrielle se abaixe também.

A jovem loira, com o tempo de convivência com Xena, aprendeu a não discutir suas ordens, os instintos da guerreira grega já as havia salvado inúmeras vezes de problemas imensos.

Gabrielle engatinhou para junto de sua parceira. - Que foi? – Perguntou sussurrando.

Sem falar nada, Xena apontou na direção da estrada que se via a certa distância. Da pequena inclinação na floresta, esgueirando-se entre as árvores, Xena caminha agachada, seguida por Gabrielle, tentando se aproximar o máximo possível da origem do som. Conforme iam se aproximando podiam ouvir mais nitidamente vozes de homens e mulheres misturadas numa confusão de palavras. Pararam a uma distância segura o suficiente para ver do que se tratava. Xena semi-serrou os olhos observando toda a movimentação incomum para aquela área. Esperou que estivessem mais perto para se certificar quem eram aqueles homens e mulheres. Notou os padrões dos elmos, escudos e armas. Eram romanos. Uma pequena tropa de vinte homens conduzia um número maior de mulheres, amarradas umas as outras pelos pulsos e pescoços. Elas estavam com as roupas rasgadas, sujas, algumas mancavam, cambaleavam e tinham ferimentos que indicavam que haviam travado uma luta corporal, com seus captores.

- Pelos deuses… Xena, são Amazonas…, são da tribo de Velasca, nós temos q… – Dizia Gabrielle quando foi interrompida. – Quieta! – Sussurou Xena.

- Mas nós não podemos …

- Pssss… Vamos esperar eles passarem, quero pegar o último homem e descobrir o que esses romanos imundos estão fazendo em território amazona, fique aqui.

- Não, eu vou com você! – Xena segurou a loira fortemente pelo braço.

- Você vai ficar aqui como estou mandando, não é hora de bancar a menininha teimosa. - Com um tom de voz firme, encarou Gabrielle com um olhar selvagem e frio, que assustou a pequena mulher, deixando-a sem ação. Nesse instante a Barda percebeu que não deveria desobedecer a essa ordem.

A guerreira virou-se e começou a caminhar abaixada apressadamente. Com agilidade felina subiu numa árvore frondosa que dava acesso a estrada e aguardou que o último homem passasse sob a árvore.

Gabrielle ficou espreitando escondida na floresta, aguardando que Xena entrasse em ação e embora estivesse ansiosa por juntar-se a ela, não se atrevia a desobedecê-la, aquele olhar faiscava a raiva típica de quem não gostava de ser desobedecida.

Do alto da árvore onde montou guarda, Xena observava a comitiva passar logo abaixo dela. Escorregando pelo tronco frondoso da árvore, ela se agachou num galho mais baixo já com a espada na mão, observando os movimentos dos invasores. A coluna vinha organizada de maneira que seguiam seis homens emparelhados na frente do comboio. Um deles, certamente era algum tipo de comandante por suas vestes e postura, seguia mais a frente do destacamento. As mulheres vinham a seguir escoltadas por quatro soldados em cada lado da fileira, protegendo as laterais e outros seis atrás protegendo a retaguarda. Os dois últimos soldados demonstravam visíveis sinais de cansaço, caminhavam distantes dos demais.

Sem ver o que o atingira, o romano viu uma lâmina afiada sair do meio do seu peito. A dor ele mal sentira e caiu morto de lado. O outro surpreso com a rapidez do ataque, mal teve tempo de empunhar a lança, que foi cortada com um golpe de espada forte e preciso, partindo-a em dois pedaços e antes que pudesse sacar a espada, teve seus movimentos paralisados por dedos que pressionavam dois pontos em seu pescoço. Ele caiu de joelhos, engasgando com a própria saliva, seu nariz começou a sangrar. Tentava chamar atenção de alguém do pelotão que seguia já a certa distância, mas seus esforços eram em vão, o ar começava a faltar. Xena apoiou um joelho no chão ao lado dele.

- Amigo…, - disse sarcasticamente. - Eu acabei de cortar o fluxo de sangue para o seu cérebro, você tem trinta segundos para me dar algumas informações, senão…

O soldado se debatia, tentando respirar, um filete de sangue começava a escorrer da boca, as artérias do seu pescoço estavam inchando, a dor em sua garganta era insuportável, como se o estivessem enforcando, suas têmporas latejavam, foi ficando com uma tonalidade arroxeada, seu cérebro estava prestes a explodir tamanha a pressão.

- Gaahhrr…, - Tentava gritar. – Gruuaarg…

- O tempo está passando…, - Xena fria e sadicamente aterrorizava o soldado. – Vai logo, seu filho de uma bacante, diz o que vocês estão fazendo aqui!

- Gaaarrssp…, PPompeu…, captura as Amazonas…, ahhhhrg…, vai vender como escravas…, comércio de escravos com os ppiratas… – Gaguejava.

Xena não acreditava no que ouvia, amazonas vendidas como escravas?! – E para onde vão ser levadas?… Fale seu desgraçado! - O soldado estava prestes a perder a consciência. Xena o sacudiu violentamente.

- PPPorto de Daneses…. Arrrghh. – Xena pressionou novamente os mesmos dois pontos no pescoço do soldado desfazendo a paralisia e deu um potente soco no queixo dele que desmaiou instantaneamente.

- Você deu sorte, hoje estou de bom humor. – Disse. - Levantou-se e disparou a correr de volta para a floresta.

Gabrielle aguardava ansiosa por notícias. Xena chega correndo e manda que ela arrume imediatamente as coisas.

- Vamos, não podemos perder tempo, temos que ir para o norte, antes que as tribos de lá também sejam atacadas.

- Mas o que aconteceu? – Perguntou Gabrielle.

- No caminho eu explico. – Disse Xena, guardando os pertences nas sacolas de viagem. Gabrielle dobrava as mantas apressadamente. Xena correu até Argo que pastava próximo a uma pedra, colocou as rédeas, ajustou a sela e os estribos, montou de um salto, puxou as rédeas e correu até Gabrielle, que já a esperava. Numa rápida parada, a guerreira se inclinou ligeiramente segurando firme o braço da Barda que subiu na garupa do cavalo, acomodando-se e agarrando-se fortemente ao corpo de Xena enquanto disparavam num galope desenfreado por uma estrada paralela. Não podiam correr o risco de serem encontradas por batedores romanos.

Xena instigava Argo para que corresse cada vez mais. O cavalo forte e veloz corria pela estreita estrada abandonada como se fosse o vento, saltando troncos atravessados no caminho sem qualquer dificuldade. E assim chegaram ao acampamento da Rainha Melosa, conhecida por sua arrogância e ferocidade em combate. Ninguém se atrevia a contrariar suas ordens. O porte dela se comparava ao de Xena; alta, forte, músculos rígidos e longos cabelos. Tinha um adorno de couro na cabeça com um grande rubi na testa que indicava sua posição dentro da tribo; olhar frio e penetrante, capaz de intimidar quem a enfrentasse, apenas com o olhar. Foram cordialmente recebidas. A própria rainha veio recebê-las, abrindo uma raríssima exceção nas suas atitudes habituais. Após as saudações de costume, Xena informou o que tinha acontecido com a tribo de Velasca e que precisava da ajuda das amazonas do norte para libertar as irmãs da tribo do leste, antes que chegassem ao porto de Daneses.

- Desde a morte de Ephiny as tribos do leste se afastaram de nós, porque deveríamos correr riscos e perdas por elas? – Disse friamente a rainha.

- Rainha Melosa…, - Irritada, Gabrielle tinha começado a falar quando foi interrompida por Xena.

- Rainha Melosa, não estamos aqui para discutir diferenças tribais entre vocês. – Disse Xena. - Gostando ou não todas as tribos fazem parte da nação Amazona e elas são suas irmãs. Não podemos deixar que sejam vendidas como escravas. Muitas estão feridas e fracas. Temos que resgatá-las!

- Você não é amazona, por que se importa com elas? – Perguntou a rainha.

- Gabrielle é rainha amazona por direito à casta da tribo que foi capturada, ela me nomeou sua campeã e pediu minha ajuda…, não é, Rainha Gabrielle? – Xena virando o rosto, deu uma ligeira piscadela para Gabrielle.

- Sim é claro, Xena tem grande experiência em batalhas, nos será de grande ajuda. – Disse Gabrielle. – Além de conhecer as táticas de combate dos romanos e detestá-los tanto quanto nós.

Melosa observou que as guerreiras que acompanhavam a conversa, ficaram agitadas com a ideia de suas irmãs de armas serem escravizadas, sem oportunidade de se defenderem de tamanha humilhação. A inquietação tomava conta das amazonas, até que uma jovem amazona, empunhando uma espada gritou: MORTE AOS ROMANOS! PEGUEM AS ARMAS, VAMOS MATAR TODOS ELES!

- MORTE! – Gritaram as demais, e foram repetindo esse brado cada vez mais alto – MORTE!… MORTE AOS ROMANOS! VAMOS VINGAR NOSSAS IRMÃS! – Agora todas gritavam numa só voz.

Melosa levantou-se de supetão de seu trono no alto de um pequeno tablado. Impondo seu porte e título. Sem dizer nenhuma palavra, ela correu os olhos friamente pelo grupo de amazonas, seu olhar já amedrontara muitos dos ferozes guerreiros com quem já tinha lutado; imediatamente elas se calaram. Seus olhos faiscavam, procurando a jovem que instigara tal agitação.

Xena observava a situação sem interferir. Gabrielle fez menção de se pronunciar. Xena sinalizou para que ela não se manifestasse naquele momento.

Melosa olhava para os rostos das mulheres que estavam assistindo a reunião, encarando-as seriamente, até que fixou os olhos numa pequena jovem, magra, cabelos castanhos longos, com chapéu pontudo.

- Como é seu nome menina? – Disse, apontando para a jovem.

Melosa desceu lentamente os degraus do tablado e caminhou na direção da agitadora. As demais guerreiras se afastaram da jovem amazona, abrindo um espaço cada vez maior. A rainha parou frente à amazona, que estava visivelmente amedrontada com a figura que se agigantava a sua frente. Olhava para a jovem sem dizer uma palavra e de repente desferiu uma violenta bofetada no rosto da jovem que a fez perder ligeiramente o equilíbrio. O silêncio era brutal, a tensão pairava no ar, podia se ouvir a respiração da pequena amazona.

- Me diga seu nome. – Disse Melosa, alterando o tom da voz.

- Aaamarice. - Disse a jovem gaguejando, enquanto esfregava a bochecha atingida.

- Só quem dá ordens aqui sou eu. – Esbravejou a rainha.

Melosa pegou o chicote de várias correias curtas entrançadas que sempre trazia preso ao cinto e ergueu o braço para desferir a chicotada na jovem, que instintivamente se encolheu amedrontada. Com um salto e uma cambalhota em pleno ar, Xena caiu em pé entre Melosa e Amarice; agarrou firmemente o pulso da rainha, impedindo que a jovem fosse castigada. Melosa ficou surpresa com a petulância de Xena, encarando a guerreira grega com os olhos faiscando de raiva. A Rainha Amazona e a Princesa Guerreira se encaravam como se fossem a qualquer momento se atracar em um combate mortal. O ar estava denso, parado.

- Você está me desafiando? – Disse Melosa, com os dentes cerrados.

- Só estou querendo impedir uma injustiça. – Disse Xena, sem largar o pulso da rainha.

- Você está passando dos limites, você não tem o direito de interferir na punição dessa menina!

- Ora vamos, o que essa garota fez de tão grave?! É só uma criança, não leve a sério…

Com um puxão Melosa se desvencilhou da mão de Xena, sem deixar de encará-la com um olhar furioso. A rainha recuou alguns passos e subitamente desembainhou a espada. Xena com reflexo felino, também já segurava a espada e ouviu-se o som dos metais se encontrando.

- Xena não… – gritou Gabrielle.

- Fique fora disso Gabrielle…, isso é entre mim e ela. – gritou Xena.

Melosa investiu como se estivesse numa batalha contra um inimigo mortal, com fúria e com toda sua força.  As espadas se cruzavam num embate incansável. A força e a destreza das duas guerreiras eram iguais. Se esquivavam dos golpes com reflexos felinos. As estocadas mortais eram defendidas com agilidade.

- Desista enquanto pode Xena, e eu lhe concederei a vida…

- Eu não sou de desistir assim tão fácil. – Disse Xena.

- Você não tem chance…, nunca fui vencida num combate… – Disse Melosa.

- Sempre existe uma primeira vez.

As espadas se chocavam com tanta força, que por vezes podia se ver faíscas saindo das lâminas. Algumas vezes se aproximavam num contato de corpos, que eram imediatamente separados por empurrões, socos ou chutes. Num rápido movimento girando a espada, Melosa deu um corte no braço esquerdo de Xena, próximo ao ombro. A guerreira grega sentiu o sangue escorrer pelo braço. Houve uma rápida separação das duas guerreiras como se estivessem se avaliando. Os olhares de ambas faiscavam de puro ódio. Xena sentia o ódio borbulhar em seu sangue, a besta negra emergiu de suas entranhas com uma fúria descomunal. Xena atacou e atacou, obrigando Melosa a cambalear de costas até o tablado. A força da grega tinha se multiplicado inexplicavelmente. Ela atacava sem dar qualquer chance de revide, empurrando Melosa para o tablado; numa rápida distração da Rainha Amazona, para não tropeçar no degrau, Xena aplicou um veloz golpe rasteiro nas pernas de Melosa derrubando-a. Rapidamente com a espada afiada encostando na garganta de Melosa, Xena pôs o pé em seu peito e a impediu de se levantar.

- Isso acaba aqui e agora. – Disse Xena. – Concorda, Rainha?

Melosa ainda encarando com um olhar de surpresa e ódio e a grega com o pé em seu peito, fez sinal afirmativo. Xena retirou o pé e ajudou-a a se levantar. As amazonas estavam perplexas, nunca tinham visto sua rainha ser derrotada em combate.

Nitidamente constrangida e humilhada, a rainha amazona oferece a espada a Xena em sinal de derrota e submissão. A guerreira grega já tendo dominado a besta dentro de si, a olha sem dizer nada. Chama por Gabrielle que se chega para junto delas.

- Entregue a espada a Rainha Gabrielle e jure sua obediência a ela. – Disse Xena.

Melosa visivelmente embaraçada se volta para Gabrielle e se curvando ligeiramente oferece a espada a ela, jurando fidelidade.

A Rainha Gabrielle pega a espada das mãos de Melosa e virando-se para as guerreiras amazonas, empunhando a espada, decreta que não haverá castigo para Amarice. Faz um breve discurso sobre a necessidade das tribos se unirem para manterem a força e o legado amazona. Era preciso a união das tribos para manter uma nação amazona forte e livre.

Após alguns minutos de silêncio, ouviu-se um brado.

- POR UMA NAÇÃO AMAZONA FORTE! – Era Amarice.

- Yeeeehhhaaaaa. – todas as outras gritaram entusiasmadas levantando suas lanças e espadas.

Xena olhou para Gabrielle e disse sorrindo – É…, essa vai te dar trabalho.



CAPÍTULO 2

Xena tirou o peitoral da armadura e sentou-se na cama, enquanto Gabrielle providenciava água e panos limpos para limpar o ferimento do braço da guerreira.

- Você vai acabar me matando. Tem ideia do quanto me deixou preocupada?! – Disse Gabrielle, enquanto limpava o sangue.

- E o que você queria que eu fizesse? Deixar aquela menina magricela apanhar por uma bobagem?

- Não, mas poderia ter tentado dialogar com…

- Lá vem você com essa história de dialogar e blá, blá, blá… – Disse Xena.

- Você sempre acha que tudo se resolve rachando algumas cabeças, não é?

- Aaaiii, cuidado aí. – Reclamou Xena, olhando para o corte.

- Desculpe…, acho que vai precisar de uns pontos. – Disse Gabrielle.

- O que? Ah não, nem pensar, você com essas mãos de marinheiro, vou ficar com uma bruta cicatriz.

Gabrielle parou de limpar o ferimento e abaixou a cabeça. Xena percebendo a atitude da loira, perguntou.

- Que foi? – Gabrielle levantando-se da cama, respondeu de cabeça baixa. – Nada.

Xena percebeu que tinha magoado a pequena Barda com seu comentário. Enrolando desajeitadamente um pano no braço ferido, caminhou até ela e a abraçou pelas costas. Percebeu que a pequena fungava enxugando o nariz.

Seu coração partiu, jamais tivera a intenção de ferir sua amada companheira. Por alguns segundos maldisse a sua insensibilidade. Essa doce criatura jamais deveria ser magoada por alguém. Segurando a pequena Barda pelos delicados ombros, a fez virar-se para ela. Gabrielle continuava com os olhos baixos. Xena levantou delicadamente seu queixo e viu seus maravilhosos olhos verdes marejados de lágrimas. Sentiu-se o ser mais desprezível da face da terra.

- Gabrielle…, me desculpe…, eu…, eu sou uma idiota, fui grosseira com você, me desculpe, não tive intenção de te magoar.

A pequena Barda abraçou Xena com força, aconchegando-se em seu peito forte, enquanto a guerreira apoiava o queixo em sua cabeça, acariciando seus longos cabelos loiros. – Me desculpe. - Repetia.

- Tudo bem, não foi nada. – disse Gabrielle fungando.

- Não, não está tudo bem…, eu te magoei e… – Gabrielle interrompeu-a colocando os dedos sobre os lábios da guerreira.

- Não diga mais nada, já disse…, está tudo bem, já passou…

Xena não sabia como podia existir uma criatura tão meiga, doce e maravilhosa quanto aquela. Enquanto olhava aqueles olhos verdes esmeralda pensava em como era abençoada pelos deuses por essa jovem ter entrado na sua vida. Ela se tornara a luz que a tinha tirado da imensa escuridão de ódio, perversidade e sangue em que vivia mergulhada. O quanto ela se tornara a sua razão de viver. Vagarosamente curvou-se e beijou delicadamente os lábios da sua Barda. Um beijo suave e carinhoso.

Gabrielle enlaçou o pescoço de Xena num abraço firme e amoroso. A guerreira apertou a jovem mais fortemente em seus braços, o beijo se aprofundou mais, suas línguas se tocavam examinando prazerosamente cada parte das bocas. Suas respirações já se alteravam, seus corações batiam fortemente. Xena foi despindo a jovem Barda, tentando controlar-se para não deixar seu desejo apressar esse momento de encanto, enquanto Gabrielle fazia o mesmo com Xena. Seus sentidos já estavam voltados para os prazeres dos contatos de suas peles, dos abraços, das carícias em seus corpos. Os beijos da guerreira desciam pelo pescoço e ombros de Gabrielle, a língua de Xena passeava pelo pescoço e orelhas provocando ondas de prazerosos arrepios na pele branca e macia da loira. A guerreira mordia delicadamente os ombros da sua companheira; a língua descia vagarosamente para os seios.  As mãos deslizando suavemente pelo corpo da parceira examinando detalhadamente cada curva, textura da pele das costas, seios, ventres, coxas. Os beijos ficando cada vez mais profundos, ardentes e violentos.

- Gabrielle, eu quero você… – sussurrou Xena no ouvido da loira. – Não conseguia mais segurar a onda de desejo que tomava conta de seu corpo e sabia que estava sendo correspondida. Xena sentia seu sexo molhado, seus dedos verificaram que Gabrielle também se entregara a esse êxtase, sentia o sexo quente da loira molhando seus dedos. A forte guerreira subitamente pegou Gabrielle no colo e se dirigiu para cama.

- Xena…, não…, não podemos… – gaguejava Gabrielle. – Você está ferida…

- Não é hora de você lembrar disso…, eu estou bem… – E beijava Gabrielle com ardor, seu corpo transpirava desejo, sentia sua vagina quente pulsando, cada vez mais molhada, não tinha mais nenhum pensamento a não ser possuir aquela linda criatura que agora estava em seus braços. Gabrielle protestou fracamente, pois seu desejo falava mais alto que a razão. Não tinha mais forças para resistir aos encantos daqueles olhos azuis, dos beijos e carícias de sua companheira. Xena colocou–a na cama e deitou-se sobre ela, pressionando seu corpo trêmulo, contra aquela pele macia e quente. Continuava acariciando, examinando delicadamente o corpo sob o seu, passava a língua vagarosamente pelos bicos dos seios que já estavam duros, sugando-os prazerosamente. A cada carícia, Gabrielle gemia baixinho, suspirando. A grega foi descendo as carícias pelo ventre, sentindo a pele arrepiada de sua parceira na ponta da língua. Avidamente já procurava aquele lugar quente, úmido, escondido, onde estava brotando o néctar dos deuses.

- Ahhh…, Xena…, gostoso… – gemia Gabrielle. – Esses pequenos sussurros enlouqueciam ainda mais a guerreira. Sua boca e língua em contato com aquela carne quente, macia, pulsante, provocava ondas em seu interior. Via o quadril da loira se mover, se agarrando ao lençol, o corpo da pequena se arqueava, estava totalmente entregue a ela. Não teve mais dúvida, introduziu alguns dedos na gruta sedosa de sua amada ao mesmo tempo que sugava aquele néctar que brotava de suas entranhas.

- OOHHHHH… – gritava Gabrielle, pressionando a cabeça de Xena contra suas carnes molhadas, seu quadril se mexia freneticamente, sem controle.

- Mais fundo…, não para…, Ahhhh… – Gemia Gabrielle. – Os dedos da guerreira se moviam no mesmo ritmo do prazer da loira. A grega também gemia de prazer de ver o orgasmo de sua amada. Rapidamente se levantou sem retirar os dedos daquela gruta de prazer e deitou-se sobre a loira, esfregando seu sexo contra os pelos encharcados da Barda, aquele contato firme contra seu clitóris inchado de prazer fez com que o clímax chegasse para as duas igualmente. Os corpos se uniram numa sensação inigualável, num abraço forte e num beijo violento e profundo. Caindo as duas num estado de êxtase profundo, o tempo estancou; um cansaço reconfortante e incomparavelmente maravilhoso caiu sobre ambas. Xena deitando-se de lado, deu um profundo suspiro, beijou a franja molhada de suor de Gabrielle e aninhou a pequena mulher, a sua mulher, em seu peito. Gabrielle, sorriu, suspirou profundamente e disse.

- Sua louca…, você está ferida.

Xena com olhos fechados e acariciando os sedosos cabelos de sua Gabrielle, falou. – Que nada, isso foi ótimo, faz o sangue coagular mais rápido, é um santo remédio… - e sorriu feliz. – Agora vamos dormir, temos que acordar bem cedo amanhã. – Beijou carinhosamente a Barda.

- Xena…

- Huumm.

- Eu te amo.

Xena abraçou ainda mais apertado a mulher, aconchegando-a ainda mais ao seu corpo. – Você é minha vida Gabrielle, eu também te amo. – Adormeceram abraçadas, o sono tranquilo dos amantes.



CAPÍTULO 3

O dia ainda não havia clareado e o acampamento amazona estava em alvoroço, as guerreiras preparando os arcos, flechas, espadas, bastões, lanças e punhais.

 - Xena, eu quero ir.

- Não, você fica aqui. – Respondeu a guerreira.

- Mas Xena, não é possível, elas são minha tribo, é minha responsabilidade. – Disse Gabrielle. – Eu sou a rainha.

Xena enfiando a espada na bainha a suas costas e prendendo o Chakram na cintura. – Segurando ternamente o queixo de Gabrielle, disse. - Tem razão, você é minha rainha. Por isso eu não quero que nada aconteça com você. Vai ser uma batalha feroz…, eu jamais me perdoaria se acontecesse alguma coisa com você. Eu não posso desviar minha concentração da luta, você ainda não está pronta para enfrentar uma batalha, entende?!

- Mas…

- Estamos prontas. – Disse Melosa, chegando junto as duas. – Xena…, você comanda.

- Faça os preparativos para receber as amazonas feridas. – Determinou Xena para Gabrielle. - De um salto a guerreira pulou no lombo do cavalo – Certo, vamos embora. – Gritou, comandando as amazonas. Sessenta mulheres acompanharam Xena e Melosa para fora do acampamento.

……………………………………………………………

A fileira de mulheres seguia pela estrada, escoltada pelo pelotão romano. Velasca era uma amazona forte e guerreira hábil, tinha assumido a liderança das tribos do leste, desde a morte de Ephiny. Seguia a frente da fila das amazonas capturadas, tentava não demonstrar para as outras guerreiras o seu abatimento. - Pelos deuses, como pude ter caído na armadilha de Pompeu. – Pensava. Acreditara que com o tratado de paz proposto por ele, elas agora poderiam viver tranquilas em suas terras, sem as constantes ameaças de guerras sem fim. Foram pegas desprevenidas, traídas. Seus pensamentos foram interrompidos por um empurrão.

- Vamos, suas vadias! – Gritou o comandante da tropa. – Nós temos que chegar em Daneses ainda hoje.

Mesmo que estivessem armadas, a maioria não teria a menor chance de escapar, estavam debilitadas, dias e dias de marcha, sem comida, dormindo ao relento nas noites frias comuns dessa época, com o inverno se aproximando, as noites ficavam cada vez mais geladas. Sem agasalhos ou fogueiras onde pudessem se aquecer. Algumas estavam com os lábios feridos e arroxeados pelo frio. Velasca tinha o cotovelo direito muito inchado e quente, o braço estava mole e sem movimentos e os dedos azulados, além de uma grande mancha roxa na testa e um corte na sobrancelha direita. Algumas mulheres estavam em pior estado que ela, caminhavam cambaleantes ou ajudadas por outras.

Apenas humilhações e maus tratos era o que recebiam desses malditos romanos. Rogava todos os dias aos deuses que tivesse a oportunidade de se vingar de Pompeu.

Uma chuva fina começou a cair, as mulheres se encolhiam com frio, mas os romanos agasalhados com suas grossas mantas de lã nos ombros, não se importavam com o sofrimento delas. A estrada foi se estreitando dentro da floresta. As folhagens das árvores eram densas, escurecendo bem aquele trecho do caminho. O comandante ordenou que os soldados ficassem em alerta. Foi então que perceberam que faltavam dois homens na retaguarda. Ouviu-se um canto de pássaro. Algum tempo depois novo canto, que despertou atenção de Velasca e das outras amazonas. A tropa apertou o passo, os soldados em estado de alerta, empunhavam as lanças prontos para revidar qualquer ataque. O comandante chamou o segundo homem em comando.

- Algo me diz que vamos ter problemas. Atenção redobrada.

- Sim, senhor. – Respondeu o homem voltando para sua fileira, avisando o pelotão das ordens do comandante.

Novo canto de pássaro. As amazonas já estavam alertas pressentindo o ataque iminente. As amazonas da tribo do norte, se camuflavam nas matas em toda extensão do estreito caminho. As arqueiras escondidas nas copas das árvores estavam todas prontas, aguardando o sinal combinado, as demais guerreiras escondidas nas árvores e pedras também aguardavam o sinal. De repente o comandante levantando a mão ordenou que o destacamento parasse. Na saída do caminho tinha uma mulher parada, montada num magnífico cavalo de cor laranja vivo. Uma mulher forte, de cabelos negros e penetrantes olhos azuis; ela apeou do cavalo e foi se aproximando lentamente, armada de uma espada e um disco de metal na outra mão. Sua figura imponente assustou o comandante e seu imediato.

– Aonde vocês pensam que vão? – Disse a mulher.

- Quem é você? – perguntou o comandante. – Os soldados imediatamente se posicionaram em defesa.

- Meu nome é Xena…, e vocês não vão passar daqui, é melhor soltar essas mulheres que ninguém vai se machucar.

O comandante aos risos – Soltar? Você é louca? Nós somos dezoito homens armados e você está sozinha com uma espada e um…, um sei lá o que na mão.

Com um rápido e certeiro arremesso, o disco voou a velocidade de um raio, bateu numa pedra, ricocheteou em uma árvore, cortou a lança do imediato e as plumas do elmo do comandante, voltando para a mão de sua dona.

As fisionomias de espanto do comandante e do segundo homem eram indescritíveis.

- Isso se chama Chakram…, agora que vocês já foram apresentados, vou falar só mais essa vez…, soltem as mulheres. – Ordenou Xena, já alterando a voz.

- Ataquem! – Ordenou o comandante aos três primeiros soldados da fileira. - Os outros façam um circulo em volta das prisioneiras, se alguma tentar fugir, matem! – Gritava.

Xena deu um assovio alto e imediatamente as arqueiras dispararam flechas certeiras nos soldados desprevenidos para um ataque das copas das árvores. As flechas entraram em seus peitos, pescoços e costas. Os soldados que não caíram levantavam seus escudos defendendo-se das flechas que choviam na sua direção. As demais guerreiras saíram de seus esconderijos atrás das árvores e pedras e atacaram com ferocidade incontrolável. Formou-se a confusão, os soldados não sabiam se defendiam as suas próprias vidas ou se mantinham o círculo em volta das prisioneiras. As amazonas prisioneiras, com as mãos e pescoços amarrados, não podiam ajudar na luta, além do fato de estarem feridas, debilitadas e desarmadas. Empurravam os soldados tentando desequilibrá-los, para que suas irmãs da tribo do norte pudessem atacá-los de todos os lados.

O comandante e mais três homens partiram para atacar Xena. Não era uma luta para ser ganha tão facilmente. Uma luta espetacular se iniciou. O comandante e mais dois homens giravam suas espadas cortando o ar. As quatro espadas se encontraram. O aço tilintava, algumas vezes faiscando. A força dos golpes seria suficiente para destroçar corpos com facilidade. Xena desviava dos golpes com agilidade, conseguiu chutar um homem no meio do peito jogando-o longe. O quarto soldado armado de uma lança se posicionou às costas de Xena para atingi-la com um golpe certeiro e mortal.

Com seus sentidos completamente ligados na luta, a guerreira com um salto e cambalhota no ar, voou por cima do lanceiro, caindo com os pés nas suas costas, derrubando-o e cravando a espada em suas costas. Xena estava transfigurada de ódio, o monstro guardado em suas entranhas emergira com ódio e fúria incontroláveis. Com a lança do soldado morto, golpeava os outros três ora com a espada ora com a lança, estocando, atacando incansavelmente. Os três homens recuavam assustados, nunca tinham visto uma mulher com tamanha força e fúria. Manejava as armas com uma habilidade espantosa, girava a espada no ar com leveza, como se a arma fizesse parte do seu braço. Atacava sem descanso, com um golpe da espada atingiu um soldado decepando parte da perna na altura do joelho, quando o soldado caiu gritando, cravou a lança no peito do homem. Partiu para cima dos outros dois bufando fúria, com os olhos chamejantes, onde não se reconhecia qualquer traço do azul que lhe era nato. 

O comandante desferiu um potente golpe de espada tentando acertar o ombro da guerreira. O golpe foi desviado por Xena , a espada do comandante encontrou o tronco de uma árvore como obstáculo, com tamanho impulso que ela ficou presa. Xena aproveitando da situação deu um violento soco no estomago do homem, que cambaleou sem ar. Em seguida deu-lhe um chute no queixo, fazendo voar uma massa de dentes e sangue. O homem caiu longe desmaiado com a mandíbula deslocada. Virou-se para o último homem, que assistia a tudo paralisado de pavor, embora ainda empunhasse a espada. O soldado quando percebeu que a guerreira partia para cima dele, largou a espada e disparou em pânico pela estrada, correndo o mais rápido que podia. Xena teve ímpetos de persegui-lo, mas lembrou-se das amazonas, voltando para onde estava a batalha.

O combate estava terminado, com as amazonas vitoriosas. Sobreviveram apenas três soldados, estavam ajoelhados, indefesos e cercados pelas guerreiras. Corpos ensanguentados e dilacerados espalhados pelo lugar, perda de vidas dos dois lados, mas os romanos sofreram baixas maiores. As amazonas capturadas estavam sendo soltas e amparadas por suas salvadoras. Xena aproxima-se de Velasca que segurava o braço inchado.

- Deixe ver isso. – Xena examina o braço da amazona. – Não está quebrado…, o cotovelo que está deslocado. – Sentou a amazona em uma pedra, com os dedos pressionou um ponto próximo ao ombro de Velasca, adormecendo totalmente o braço e apertando o braço debilitado com força, o puxou pelo pulso, ouviu um estalo e um tranco, indicando que o cotovelo voltara ao lugar. Improvisou uma tipoia para Velasca e desfez a dormência.

- Vamos, está tudo bem agora. – Disse a guerreira.

As amazonas amparavam as irmãs feridas e debilitadas. Melosa amparava Velasca enquanto caminhavam retornando ao acampamento. Percebeu que Xena não as acompanhava. Voltou-se e viu a guerreira montada no cavalo seguindo em direção oposta.

- XENA…, VOCÊ NÃO VEM? – Gritou Melosa.

A guerreira se voltou ligeiramente e se despediu.



CAPÍTULO 4

Gabrielle olhava as guerreiras retornarem trazendo as irmãs feridas, ordenou que fossem colocadas na tenda de cura. Procurava ansiosamente por uma guerreira em especial. Olhava as mulheres entrando pelo portão em número cada vez maior, mas da sua guerreira nem sinal. Correu ao encontro de Melosa e Velasca.

- Onde está Xena? – Perguntou.

- Ela não quis voltar. Seguiu a estrada, não sabemos para onde foi. – Disse Melosa.

- Não acredito, não é possível…, vocês estão me escondendo alguma coisa…, ela foi ferida na luta?… ela…, ela mor…, – Não conseguia completar a frase. Sentia um nó na garganta, uma dor no peito. Os olhos verdes da Barda se encheram de lágrimas.

- É verdade. – Confirmou Velasca. – Ela não quis voltar conosco.

Gabrielle estava chocada, não podia acreditar que Xena a tinha deixado. Sempre teve medo que isso acontecesse. Xena vivia dizendo que seus caminhos eram diferentes, que a convivência com ela acabaria prejudicando sua existência pura e iluminada…, e agora ela tinha realmente partido.

Gabrielle entrou correndo na cabana; sentada na cama acariciava o lençol onde tinham se amado na noite anterior; se sentia abandonada pela vida. - Soluçava. - Suas lágrimas escorriam pelo rosto abundantemente, seu peito doía, uma dor insuportável de perda, de abandono, de vazio. – Você…, uumma vvez me disse qque… – seus ombros se sacudiam em soluços incontroláveis. – nneem a mmorte nos… ssepararia…, e agora vvocê me abandonou. – Falava gaguejando e chorando desesperadamente.

- Eu nunca vou abandonar você Gabrielle. – A jovem Barda deu um pulo da cama e viu a silhueta daquela mulher que era o seu mundo, contra a luz da janela. As duas correram e se abraçaram fortemente, Gabrielle abraçava a guerreira como se quisesse fundir seus corpos num só.

- Xena… – As lágrimas já não eram de desespero. – Ppensei que vo…você tivesse me abandonado. – Gaguejava enquanto se aninhava no peito quente e aconchegante da guerreira.

Xena levantou aquele rosto lindo para si, enxugou as lágrimas que escorriam, beijou aqueles olhos de um verde esmeralda sem igual e disse. – Sua bobinha…, eu nunca te abandonarei, mesmo depois da morte continuaremos juntas. Não chore mais, eu estou aqui.

Gabrielle sorriu com aquele jeitinho todo seu de enrugar o nariz e beijou a palma da mão da guerreira. – Porque você não veio junto com as mulheres? – Perguntou.

Xena entregou um pergaminho a jovem mulher. A surpresa ficou estampada naquele doce rosto. Ela abriu apressadamente o pergaminho…, seus olhos brilharam. E naquele pequeno rosto surgiu o mais lindo e perfeito sorriso que poderia existir.

- Mas…, mas é um poema…, um poema de Safo…- A Barda leu o poema.

- “Há um momento quando olho para você
   Que eu fico sem palavras
   A língua trava
   Então um fogo corre sob a minha pele e eu tremo
   Empalideço porque estou morrendo de tanto amor
   Ou é assim que me sinto.”

 - Mas como é que você conseguiu isso? – A loirinha estava extasiada. Nos olhos a alegria de uma criança.

Xena não conseguia tirar seu olhar daquela criatura tão amada. Uma luz a envolvia suavemente de tão radiante que estava, sua beleza, sua pele, sua voz, tudo naquela mulher era um convite para os seus sentidos. E ela era sua, somente sua.

- Xeenaaa… – Gabrielle chamou, tirando a guerreira de seu torpor.

- Hum…, ah é…, eu tive uma ajudinha da nossa querida Aphrodite. Como ela estava me devendo um favorzinho…, pedi que me levasse até Safo, e pedi que Safo escrevesse em poema falando do que sinto por você. – Disse Xena visivelmente encabulada. – Você sabe, eu não sou muito boa com palavras.

- Ai querida, adorei a surpresa…, esse foi o momento mais feliz da minha vida. – E aconchegando-se nos braços da guerreira, disse com toda paixão o que sentia por aquela mulher. –Xena, te amo, te amo, te amo muito.

Xena sentia seu coração prestes a explodir de felicidade de saber que seu amor era correspondido com a mesma intensidade. Suas bocas se encontraram num longo e carinhoso beijo.

A Princesa guerreira pegou sua pequena Barda no colo se dirigindo para cama.

- Posso te fazer uma pergunta? – Perguntou Gabrielle sorrindo. – Uma Rainha Amazona manda numa Princesa Guerreira?

Xena riu. – Manda sim…, principalmente para onde vamos agora. – Brincou.





FIM


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