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A Batalha Divina - Capítulo XVIII: Épiro – Parte III






Xena e Gabrielle passam a noite na taverna de Moranís e Belial surge diante de Amandriel e Lila para uma nova batalha contra o jovem serafim.

Subitamente, uma névoa negra assoma e um fétido aroma surge com ela onde inesperadamente, Belial e uma horda de guerreiros possuídos por demônios surgem em frente à casa de Lila onde Belial sorrir macabramente fixando os olhos seus em Amandriel e Lila e refere-se ao jovem serafim dizendo:

- Pronto para contemplar a morte da família da poetisa e logo em seguida morrer serafim...?





Agora:



- Pronto para contemplar a morte da família da poetisa e logo em seguida morrer serafim...?

- Será que mesmo que eu morrerei Belial?

- Vejo que tu tens andado muito com a guerreira ora, pois, tu agora falas com a mesma soberba confiança dela.

- Não tente contra mim Belial ora, pois, não é soberbia o que emana dos lábios meus e sim a pura veracidade dos fatos.

- Então achas mesmo que vencerás a batalha serafim?

- Eu não acho ser do inferno; eu tenho certeza ora, pois, em verdade vos digo que o meu pai estás comigo.

- Presumo que o seu pai não o ajudará contra o que está por vir serafim.

- O que virá contra nós...? Diz-me!

- O meu Senhor arquitetou planos contra ti e contra aquelas que tu tanto ama e as defende.

- Diz-me qual é esse plano Belial. O que a serpente infernal fará contra Xena e Gabrielle?

- Compreenderá quando chegares à hora meu caro serafim.

- Então dizei-mo o que quereis aqui. Este lar é guardado pelos anjos de Deus e tu não tens poder algum sobre tal ou sobre esta família, portanto volte para os confins das trevas, ora pois, este é o teu verdadeiro lugar de origem.

- Amandriel... Sabei-lo; não compreendo o porquê tu tens tanto ódio de mim já que porventura eu sou teu irmão.

- Sabeis; não somos mais irmãos Belial. Desde que tu fora contra o reino de meu pai em busca da ascensão pelo poder, nostro vínculo com o alfa e o ômega fora cortado para sempre e o que tu mereces é apenas justiça e não amor.

- Cometes um pecado Amandriel já que o teu pai ensina apenas amar o próximo como a ti mesmo.

- E eu amo cada ser vivente do universo, cada arvoredo, cada madressilva, cada gota de mar, cada resplandecer de uma nova alvorada, ora pois, tudo isso fora o meu pai quem criou, porém... Em verdade vos digo que as escrituras sagradas são claras quando dizem que Deus é amor, mas também é justiça, ora pois, se não fosse assim, o mundo se tornaria um caos ainda maior.

- Meu caro Amandriel... São belas as palavras que emanam de tua boca, porém... Elas são inúteis contra o que estar por vir. Tu não vencerás a batalha final. E tu sabes qual será o destino que o aguarda.

- Eu tenho a missão a ser cumprida aqui na terra Belial e eu irei cumpri-la sem hesitar, ora pois, estas são as ordens de meu pai.

- Tolo... Mil vezes tolo. É fraca a compreensão de todos vocês serafins.

- Porque dizes isso Belial?

- Porque vocês serafins são como títeres soldadinhos de chumbo de orelhas atentas e espadas de fogo erguidas e prontas para atacar o primeiro que a criança que está sentada no trono ordena. É patético.

- Não posso converter a sua mente insana, mas posso dizer-lhe que somos seres de luz criados pelo Deus vivo para proteger com a nossa vida toda a alma vivente e o trono de nosso pai e morreremos fazendo isso ora, pois, é a vontade de Deus e ele sabe o que faz e tu também sabes disso ser do inferno.

- Como vos disse em outrora; vocês são patéticos. Não tem perspectivas de vida. Nunca saberão o que significa liberdade.

- Em verdade vos digo que eu obedeço ao meu pai, pois ele é bom e justo e apenas ele pode salvar ora, pois, ele é a própria vida eterna.

- Amandriel... Escutai o meu clamor; apedreja esse teu Deus injusto, regurgita sobre as escrituras sagradas e alie-se ao meu Senhor Lúcifer ora, pois, apenas ele pode lhe conceber poder e riquezas inimagináveis.

- Já tenho o poder e a riqueza divina que emana dos céus e me dá vida eterna e quaisquer outro poder é sujo e impuro e este sim; eu ignoro e elimino pelas forças de meu pai.

- E mentre a guerreira...?

- O que dizes ser do inferno?

- Teu coração puro ainda suspira pela guerreira. O que me dizes sobre tal?

- Explicai o que dizes Belial. Não toques no nome de Xena. Isso é entre eu e você.

- Ora vamos Amandriel. Compreendeste bem o que digo. Meu Senhor podes lhe conceber o coração de Xena e até mesmo o de Gabrielle. Basta tu escolher.

- Sabei-lo Belial; meu pai uniu Xena e Gabrielle de uma forma única. O próprio Deus vivo criou e interligou suas almas. Elas são almas viventes que transcendem e transgridem os corpos. O amor de Xena e Gabrielle é a resposta que o meu pai implantou para que o mundo saiba que existe amor verdadeiro e apenas tal sentimento pode salvar o coração humano. Só meu pai sabe o quanto passei a vos amar tal guerreira de longos cabelos negros, porém... Eu mesmo sei que como tal nunca poderei obter resposta alguma dessa paixão, ora pois, em verdade vos digo que ainda que uma das duas não existisse, a outra viveria em melancolia e desespero, ora pois, como tal, essa viveria em uma longa jornada em busca de sua alma gêmea. Seria uma vida de agonia. Então não tente contra mim ou contra Xena e nem tampouco contra Gabrielle ora, pois, o amor d’elas é mais forte que a própria compreensão humana.

- Palavras inertes lançadas contra o vento proferidas por um pobre coração angelical apaixonado. Que espécie de anjo tu és ser divino? Não vês que teu próprio coração anseia e sofre pela guerreira? Não vês que o amargor pode ferir-te e queimar-te por dentro como fogo que arde e lhe queima a face úmida pondo-lhe num sepulcro de melancolia sem poder nem ao menos revelar a vida? Vê meu caro Amandriel? Tudo isso é belo em Xena; o azul inebriante dos olhos seus que resplandecem como cor de safira e estes são ainda mais puros e belos que o próprio céu. A maciez de tua tez é como a leveza carmesim das madressilvas dos campos Elíseos, seus longos cabelos negros estonteiam e esvoaçam junto à viração eólica emanando a suavíssima fragrância de rosas dos jardins do reino de Deus. Sua voz é bela como os cânticos sagrados dos querubins de teu pai, quando caminha, ela deixa um rastro de paz e tranqüilidade no coração daqueles que conseguem contemplar tamanha beleza, ora pois, em verdade vos digo que teu corpo lascivo e delicado é como o coração de Deus, seus suspiros, são como o bramir de teu pai e a sua alma é pura como as asas daquele que ascende e está assentado sobre o trono divino. Sim, tudo isso é belo. A princesa guerreira é bela como os jardins d’alvorada remanescente que lança ao céu vindouro em um dia ameno e morno de verão onde os raios doirados do sol batem em sua tez úmida e resvalam um frescor puro e divino. Dizei-mo ser divino; o que quereis agora? Lança-me agora suas palavras poéticas de um pobre coração angelical apaixonado. Altruísmo é a decadência de todos vocês seres divinos. Eu amaldiçôo esse caldeirão de miséria, ora pois, os nossos joelhos se cansaram de serem dobrados orando pela esperança Amandriel. Sabei-lo tu; Morte jaz ceifou a esperança. Vivemo-nos agora em um mundo onde o caos, a dor e a tristeza do mundo reinam e sussurram pelos nomes amaldiçoados pelo meu Senhor e estes queimarão e sofrerão as torturas infernais. Dizei-mo pobre anjo apaixonado; guerreiro de Deus que ama uma mortal... Dizei-mo; que queres agora? O que quereis do mundo? Não vês que as almas carmesim ainda resvalam suas melancólicas mágoas lamurientas? Porque não aceitas tal oportunidade que é lançada contra ti e toma a guerreira em teus braços e a ama como mortal que ela é? Junta-te comigo e com as forças de meu Senhor curvando-se a ele e Quigi os seus serviços como anjo e ergue a tua espada de fogo para tirar a vida da poetisa? Ora pois, assim; tu e Xena poderiam estar livres para se amarem.Todos ganhariam com tal amor. Não negueis vossos sentimentos serafim. Escutai tal conselho. Que me dizes?

Neste momento, Amandriel começa a caminhar lentamente na direção de Belial e a sua espada de fogo assoma em sua destra e as órbitas dos olhos seus ficam totalmente azuis e um brilho intenso começa a encandear calidamente e então, Amandriel brame sua resposta dizendo:

- AFASTA-TE DE MIM BELIAL. Ser do inferno que profere belas palavras em meio a intenções sujas e maléficas. Raça infernal de víboras traidoras e imundas. Nunca neguei meu amor por Xena, mas eu sei que o coração da guerreira já havia sido destinado a Gabrielle e eu também sei que esse é um amor sublime e em verdade vos digo, que eu sei que é trabalho de meu pai deixá-las unidas até a eternidade. Não vês que mesmo depois da morte, elas continuarão se amando ainda mais? Não compreendes que o coração de uma, necessita do coração da outra para sobreviver? Não vês que não seria justo tomar Xena em meus braços para sanar minha dor e destruir a vida, o coração e a alma de Gabrielle? Sabeis; mentre eu estiver vivo e com forças, eu erguerei a minha espada de fogo sim, mas não para destruir Xena ou Gabrielle e sim, para destruir toda a raça infernal que tenta afligir as almas viventes que aqui na terra vivem e sofrem. Eu serei com elas e as defenderei com a minha vida pela graça divina de meu pai. Escutai serpente traiçoeira; não se engane com a minha inocência, ora pois, eu nunca acreditarei nas mentiras proferidas por vocês demônios então afasta-te de mim, de Xena, Gabrielle e de sua família, ora pois, eu sou com todas elas.

- Se és assim Amandriel então morra.

Neste momento, Sarah; a filha de Lila levanta da cama e sai de seu quarto escutando a confusão e um brilho azulado que ofusca a sua visão deixando-a quase turva a sua visão. A mesma sai ainda tonta de sono e com a sua visão um tanto quanto turva e neste exato momento, Belial se desmaterializa e materializa novamente diante de Sarah. Belial ergue a sua enorme espada e a coloca contra o pescoço da jovem, porém... O jovem serafim refere-se à Belial dizendo:

- Solte-a ser das trevas, ora pois, eu sou com ela.

- Contemple a morte da jovem. O amargor dessa perda será culpa sua Amandriel. Este sangue estará em suas mãos.

- Cuidado Belial, ora pois tu achas mesmo que apenas eu estou a velar por Lila e Sarah?

- O que dizes Amandriel? Vejo apenas você aqui.

- Olhe novamente a sua volta Belial!

Neste momento, ainda com o gume de sua espada contra o pescoço de Sarah, Belial olha a sua volta e eis que assoma então turbas de anjos alados com espadas erguidas por envolto de Lila e em todo o redor e derredor de sua casa, há anjos alados com espadas e escudos prontos para atacar protegendo e velando por Lila e Sarah.

Amandriel então aproveita a oportunidade e um resplendor muito intenso emana de dentro do serafim ofuscando a visão de todos os que ali estão presentes no local fazendo Belial e toa a horda de guerreiros possuídos por demônios desaparecerem subitamente.
Assim que Belial desaparece, Sarah começa a resvalar, mas antes que a mesma resvale totalmente no chão, Amandriel a segura firmemente abrindo as suas enormes asas brancas protegendo a jovem deixando-a com os licorosos olhos seus que já resvalam lágrimas alheias contemplando a bela visão de Amandriel já e sua forma humana ainda com as suas asas abertas.

As asas do serafim juntamente com a sua espada de fogo desaparecem deixando Amandriel totalmente em sua forma humana, mas Sarah continua olhando fixamente para o jovem serafim de uma forma única e apaixonada.

Amandriel por sua vez, ainda segurando firmemente a jovem Sarah passa a contemplar o seu redor e o seu derredor verificando o local e confirmando então que não há mais ninguém e até mesmo os anjos haviam desaparecido, o mesmo então liberta Sarah de seus braços e eis que o jovem serafim indaga Sarah dizendo:

- Estás bem mi ladie?

- Estou sim Amandriel. Obrigada por me salvar.

Neste momento, Lila por sua vez caminha em direção a sua filha e ao chegar diante da mesma, ela também indaga Sarah dizendo:

- Sarah, você está bem? O que você veio fazer aqui fora a essa hora da noite?

- Eu acordei e escutei um barulho vindo daqui de fora e quis vir aqui para ver o que estava acontecendo sem falar que eu estranhei que uma forte luz estava brilhando forte também.

- Mas Sarah, se não fosse Amandriel agora... Eu nem quero imaginar o que poderia ter acontecido.

Lila então afaga a sua filha envolvendo-a em seus braços maternos em um abraço caloroso e apertado mesclando com o frio da noite.

Lila por sua vez neste momento, fixa os olhos seus em Sarah e refere-se à mesma dizendo:

- Bem... Vamos entrar Sarah? Precisamos ir dormir agora.

- Mãe eu...!

- O que foi? Pode falar.

- Olha, eu gostaria de ficar e conversar um pouco com Amandriel, depois eu entro.

- Tudo bem, mas não demore. Tome cuidado aqui fora. Amandriel está nos protegendo, mas eu não quero que nada de ruim lhe ocorra Sarah.

- Eu sei e eu também não quero que nada de ruim venha a lhe ocorrer mãe. E será rápido.

- Tudo bem, eu já irei entrar, pois estou com sono.

- Tudo bem, boa noite.

- Boa noite filha.

Antes de entrar em sua casa, Lila fixa os olhos seus em Amandriel e o puxa contra ela subitamente deixando-o perplexo e sem compreender e então, Lila sussurra em seu ouvido dizendo:

- Obrigada por nos salvar Amandriel. Proteja minha filha.

- Ficai tranqüila, ora pois como eu já vos disse em outrora; eu sou com Xena, Gabrielle e a família de Gabrielle.

- Obrigada.

E eis que então, Lila entra em sua casa e se deita em sua cama deixando Sarah e Amandriel sozinhos em frente a sua casa e então, o jovem serafim indaga Sarah dizendo:

-Dizei-mo então; o que temos para conversar...?

- Bem... É algo que eu preciso conversar contigo Amandriel.

- Pode contar-me e eu a ajudarei.

- Eu sei que me ajudará, mas não é de todo um problema e sim; um sentimento que cresce dentro de mim.

- Sente-se mal? Posso tentar sanar a tua dor curando-te de quaisquer males que venham a deixar-te melancólica ou enferma.

- Não Amandriel, apenas me escute e tente me compreender...!

Neste momento, um silêncio ensurdecedor paira no local até que finalmente, Sarah volta a referir-se à Amandriel dizendo:

- É sobre nós Amandriel.

- Como assim...? O que me dizes?

- Desde que eu olhei para você, algo muito forte surgiu dentro de mim e esse sentimento foi aumentando cada dia mais. Eu já tentei esquecer tal sentimento, já rezei aos deuses, enfim... Já chorei mil lágrimas, pois tenho a sensação de que você não sente o mesmo por mim e isso já me dói na alma.

- Perdoe-me, mas ainda não compreendo o que me dizes.

- Ai Amandriel, Xena e Gabrielle não estavam brincando quando falaram que você é inocente.

- Então explicai o que me dizes e o que me queres.

- Amandriel eu... Eu estou... Humf...!

Sarah suspira fundo com os olhos seus fechados e volta a referir-se ao jovem serafim dizendo:

- Amandriel; eu estou apaixonada por você. Eu não sei como e nem porque aconteceu isso comigo, mas apenas surgiu e agora eu não consigo te esquecer e acredite, eu já tentei. Tudo o que eu passei nas mãos de Gurkan me deixou com seqüelas de sensações e sentimentos ruins. Eu passei a desacreditar nas pessoas, mas depois que eu conheci você, eu consegui enxergar um novo sentido na vida.

- E o que contemplaste em mim?

- Vida e esperança! Você ama o coração humano com todas as forças. Você nunca deixou de ter fé em nós seres humanos. Você nos ama independente se gostamos de você ou não e isso me fez te amar ainda mais Amandriel. Eu sei que a sua casca humana é apenas um adolescente, mas eu não estou apaixonada por André e sim por você Amandriel. Eu também sei que você tem dois mil anos de idade, mas quem se importa com o tempo quando sente que o vinho queima assaz os lábios em um dia morno e fresco de verão? Eu não me importo. Me desculpe se estou sendo rude, mas eu precisava te contar isso.

- Dizei-mo porque agora e não antes ou depois?

- Porque com todo esse caos em que o mundo se encontra, eu não sei se haverá um amanhã. Eu não sei se poderei declarar o que eu sinto depois.

- Sarah, você deseja que tornemo-nos um casal? É isso que me queres?

- É o que eu mais desejo Amandriel, mas eu sei que você é um anjo e por isso esse amor é impossível.

- Sarah, serei sincero contigo; meu coração e alma de serafim já foram conquistados.

- É a Xena não é?

- Porque dizes isso?

- Não acha que todos já perceberam a forma que você olha para a Xena?

Neste momento, Amandriel cora suas faces alvas e abaixa a cabeça, mas ergue-a em seguida e refere-se à Sarah dizendo:

- Bem... Sim, em verdade vos digo que por conta de minha casca humana, eu também me apaixonei por Xena. Como anjo, esse sentimento nunca me tomaria, mas o meu pai retirou os meus poderes em tempos passados depois que eu ressuscitei a criança em Lárisa na Tessália e por conta desse fato, eu me tornei humano por um curto período de tempo estando sujeito a todas as sensações e sentimentos mortais, mas após recuperar os meus poderes, esse sentimento ficou em meu coração e ainda não consegui removê-lo, mas eu sei que o meu pai sabe o que faz.

- Era o que faltava agora. Primeiro ela leva a minha tia, pois a minha mãe já me contou a história de quando a Xena chegou em nossa vila e salvou os aldeões das mãos do exército de Draco e agora ela rouba o coração da pessoa que eu passe a amar. Maldita seja a Xena.

- Eu não falaria dela assim se fosse você mulher.

- E porque não falaria? O que ela tem de mais que todos os homens se derretem por ela?

- Lembra-te de Gurkan e de como tu escapaste de lá. Lembra-te do quão doloroso fora o sofrimento que Xena precisou passar para livrar-te das mãos daquele que deixara a maldade possuir o seu coração. Apenas lembra-te e agradeça ao meu pai e a Xena por você estar aqui hoje viva e ao lado de sua mãe.

- Bem... É verdade, mas então o que você me diz Amandriel?

- Sarah, como vos disse; eu sou um serafim de Deus apenas com um propósito aqui na terra; proteger e ajudar Xena neste apocalipse. Que perspectivas teremos para o nosso futuro juntos vivendo como um casal? É fraca a minha compreensão sobre o amor mortal eu admito, mas sabei-lo mulher... Como tu mesma afirmou; esse amor é impossível. Perdoai-me se estou sendo eu injusto, rude ou insensível, porém... Em verdade vos digo que eu não posso magoar-te e nem tampouco enganar-lhe.

- Sabe bem que Xena e Gabrielle nasceram uma para a outra e que ninguém irá separá-las não é?

- E nem eu quero que isso ocorra. Elas precisam ficar juntas até mesmo depois da morte.

- Então porque não tenta fazer isso dar certo comigo?

- Porque não seria justo comigo mesmo e nem tampouco contigo Sarah.

- Até os anjos estão virando as costas para mim.

- Não penses assim Sarah, ora pois, em verdade vos digo que no momento em que tu necessitares de ajuda, creia; eu estarei lá te protegendo.

- Então como será agora?

- Eu não sei o que Deus queres de mim agora com essa nova batalha, mas deixarei que ele cuide de nostras vidas.

Uma melancólica lágrima resvala dos olhos de Sarah e lhe queima a face úmida e então, a mesma refere-se à Amandriel dizendo:

- Entendo...! Eu entendo...!

- A criança que se apaixona pelo anjo...!

- O anjo que menospreza a criança...!

O jovem serafim e Sarah erguem suas cabeças e passam a contemplar as estrelas entrevendo seus raios brancos cruzarem por entre o céu então, fios de lágrimas resvalam dos olhos de Sarah por mais uma vez em meio a suspiros melancólicos e abafados.


Enquanto isso na taverna de Moranís:

A alvorada vindoura se faz presente e os raios doirados solares invadem as pequenas frestas da janela que dá de encontro a um beco que segue por envolto de toda a estalagem da alcova onde Xena e Gabrielle dormem a gosto em uma cama de casal e eis que então, a princesa guerreira desperta e passa a acariciar os curtos cabelos doirados de sua amada poetisa guerreira e então, Xena contempla um pergaminho largado no chão de pedra. Curiosa, Xena estica o seu braço direito até que consegue tomar posse do pergaminho.

Xena desenrola o pergaminho e contempla o poema escrito pelas mãos de sua amada rainha amazona e então, a princesa guerreira passa a ler o poema escrito por Gabrielle em homenagem à Xena:


Título: “Triste Criança Inocentinha”

“Ah! Que voz melodiosa,
Ecoam dos lábios seus...
Triste criança inocentinha!
Pelo véu de pura lividez harmoniosa;
Sabei-lo que tu és um anjinho de Deus...
Inda bela; amada minha!

Fecha-te os olhos empanados,
Deita-te a face em meu peito caloroso;
E vedes aí o carmesim do crepúsculo florescer!
Esquece-te os pensamentos amargurados,
E percebes-te o quanto sou ditoso;
Enquanto declaro-te poesias; entrevejo tu adormecer!

Em teus suspiros,
Sinto em minha tez; a vitalidade...
Em teu dormir; no afã de meu lacrimar!
Nos olhos teus; entrevejo o paraíso,
Nos teus beijos; a felicidade,
E no teu seio; podeis vos amar!

Dormindo assim no meu peito,
Sinto o bramir de Deus;
Enquanto nas ondas de teu cabelo; irei vos acariciar!
Vem! Dorme e geme n’este leito,
Enquanto entrelaço-te o corpo com os braços meus;
Bendigo-vos amada minha; que para sempre ei de te amar!

Purifica o peito desta poetisa solitária,
Com tu’ alma de criança...
Oh quão bela és tu; amada minha!
Vedes aí meu mundo visionário,
Que por ti – Tive esperança...
Minha triste criança inocentinha”!


Após ler o poema que Gabrielle havia escrito e já havia declamado para Xena, a mesma então fixa os olhos seus em sua poetisa batalhadora e contempla-a dormindo e gemendo em seu seio acalentador e eis que Xena então sussurra dizendo:

- “Ah Gabrielle... Eu te amo tanto. O seu amor para mim é como um doce sonho onde eu nunca quero acordar. Eu necessito de você a cada segundo que passa”.

Xena então começa a beijar as faces úmidas e coradas de sua amada Gabrielle e passa a reverberar dizendo:

- Oh Gabrielle...? Ora de acordar. Precisamos partir.

- Bom dia Xena. Eu não quero ir agora, está muito cedo.

- Mas precisamos levantar; tomar um banho e comer alguma coisa. Já estamos próximas de Épiro. Se partirmos agora, poderemos chegar lá ainda hoje à noite.

- Será que iremos encontrar Morte por lá mesmo?

- Esse é o propósito Gabrielle. Precisamos por um fim nas maldades desse filho de uma bacante de uma vez por todas.

- Fico perguntando a mim mesma ás vezes como que esse Deus único pode deixar um ser tão maligno existir. Se o Deus único é tão bom como Amandriel fala, então porque motivo ele permitiu que esses seres existissem? Eu não compreendo. Ele mesmo poderia destruí-los.

- Acho que nós mesmos devemos compreender que existe luz e escuridão Gabrielle e devemos escolher qual o caminho devemos trilhar. Presumo que a luz e as trevas precisam existir para termos escolhas na vida. Esse é um dos significados do livre arbítrio.

- Preciso concordar contigo.

- Bem... Vamos levantar.

- Ta bom...!

Xena e Gabrielle se levantam da cama, tomam banho e preparam seus pertences para voltar para a estrada. As guerreiras descem as escadas e vão de encontro até o enorme cômodo da estalagem onde Moranís serve os banquetes e então, Xena e Gabrielle tomam o seu café da manhã, pagam o taverneiro pela estalagem, tomam posse de seus cavalos que se encontram no celeiro e voltam a cavalgar rumo a Épiro em busca de Morte; o último cavaleiro do apocalipse.

Mentre cavalgam, Xena e Gabrielle contemplam a enorme destruição por todos os lados. A mesma visão aterrorizante percorria por entre becos e vielas onde o chão de terra era totalmente banhado por uma nódoa carmesim de almas inocentes.

Xena então por sua vez, indaga a Gabrielle dizendo:

- Ainda tem dúvidas se iremos encontrar Morte em Épiro?

- Xena, eu já não suporto mais ver tantas pessoas morrendo. Tanta gente inocente. Mulheres, crianças, idosos... Ele não tem misericórdia alguma.

- O reinado de tortura de Morte está chegando ao fim Gabrielle. Isso tudo acabará em Épiro.

- Assim espero Xena, assim espero, mas será que Lila e Sarah estão bem?

- Eu tenho certeza que Amandriel está cuidado delas. Fique tranquila.

- Verdade. Ele tem se mostrado leal.

Xena e Gabrielle então continuam a cavalgar parando em alguns momentos para os seus respectivos cavalos descansarem e molharem a garganta comum pouco de água fresca até que a noite se apresenta e as guerreiras chegam a uma Épiro completamente devastada. Não havia mais montes e vales esverdeados com numerosas madressilvas e arvoredos que nasciam e enchiam de beleza harmônica aquele lugar que parecia até o próprio Elísio.

Eis que Gabrielle então indaga Xena dizendo:

- Pelos deuses Xena... O que houve aqui...?

- Já iremos descobrir Gabrielle...!

Neste momento, Xena toma posse de seu chakram semicerrando os olhos seus. Sem compreender, Gabrielle também toma posse de seus sais e indaga Xena por mais uma vez dizendo:

- O que foi Xena...? O que houve...?





Continua no próximo capítulo.




Olá pessoal tudo bem com vocês? Espero de coração que sim.

Muito obrigado pelo imenso carinho de todos vocês e hoje principalmente pela enorme paciência. Não tive como enviar esse capítulo semana passada, pois estive e ainda estou resolvendo alguns problemas pessoais. Peço-lhes desculpas por essa minha falha, mas ainda assim, não deixem de ler os próximos capítulos de A Batalha Divina, pois esta obra está em seus momentos decisivos. Se desejarem continuar lendo-a, então continuem me enviando mensagens para os meus e-mails, conversando comigo no Twitter, curtindo-a aqui pelo blog ou pela Fanpage no facebook, comentem e compartilhem essa fanfiction, pois essa é a melhor forma d’eu saber que vocês estão gostando e desejam continuar lendo.

Atenção: O poema “Triste Criança Inocentinha” usado neste capítulo é de minha autoria (Carlos Brito) e este tem direitos autorais reservados (©).

Se desejarem saber mais sobre mim como escritor/poeta e ficar ainda mais por dentro dos capítulos da fanfiction, então me segue lá no Twitter: @carlos_vladxena

Bem... Amandriel conseguiu salvar Lila e Sarah do suposto ataque de Belial, Sarah finalmente se declarou para Amandriel e Xena e Gabrielle finalmente chegaram à Épiro. O que será que irá acontecer agora que Amandriel já sabe sobre o real sentimento de Sarah pelo jovem e inocente serafim? E o que aconteceu realmente com Xena e Gabrielle ao chegarem a Épiro? Será um novo ataque? E o mistério ainda continua; que plano maligno Lúcifer está arquitetando contra Xena e Gabrielle?

Isso, vocês só saberão nos próximos capítulos. 

Um forte abraço e um beijo para todos os leitores (as).



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